O Jogo do Lula - Mosca na Sopa #6

                                                                       Mosca na sopa

Muitas pessoas querem que a competição continue porque se viram completamente sem saída no sistema capitalista. Se viram miseráveis, sem esperança, sem suporte, só lhes restando mesmo essa última chance ou a morte. O prêmio desta vez está exposto no teto com o formato de “porquinho de poupança” transparente e na medida que algum participante morre, o prêmio é acumulado. O prêmio é nada mais, nada menos que, R$ 208.845.119,58.

Mais cedo, uma briga generalizada havia sido estimulada a mando do Líder. A intenção era filtrar os mais fortes para o próximo jogo. Sim, morreram muitas pessoas de formas que até a mente mais sádica humana não conseguiria pensar. Vi poucos, pois fui relutante em permanecer olhando diretamente, mas lá estava um corpo de um idoso degolado com os dois braços quebrados e uma fratura exposta no fêmur, um homem baixinho e magro completamente esfaqueado com uma garrafa de vidro cravada no pescoço, uma mulher grávida, jovem, que ainda pulsava sangue espesso pela boca quando cheguei, com a cabeça esmagada e os olhos expulsados do rosto.

Não sei como vou conseguir dormir após ter visto isso. Nada até então que eu tenha presenciado tinha sido tão brutal quanto aquilo, e, nada parecia ser mais selvagem que os próprios participantes até o momento do jogo.

Sobraram algumas pessoas a serem salvas, mas só porque aquele pandemônio foi bruscamente interrompido. O prêmio em dinheiro e o desespero da falência fez com que algumas daquelas pessoas se transformassem em bárbaros a se degladiar.

Após passados dias dessa violenta rotina e dos mais insanos jogos como de uma espécie de amarelinha onde os locais de pulo entre si tinham uma enorme distância, bem como um enorme abismo, em que uma vez que o jogador jogasse sua pedra errado, deixando cair, ou pulando errado, o resultado não poderia ser outro se não a morte; Baleado, qual não havia segunda chance quando acertado pela bola e a deixá-la cair no chão, sendo literalmente baleado por armas automáticas; Esconde-esconde onde os participantes tinham que se manter escondidos de soldados triângulo por 10 minutos, onde, caso fossem encontrados, adivinhem? Mortos; E então, uma espécie de batata-quente, que eram substituídas literalmente por bombas.

O cenário da última prova estava sendo montado, a temática parecia ser a de bandeirinha. Restavam somente seis participantes, não sei como seria definido somente um ganhador com base nisso. Será que aconteceria resultado ou algo atípico na Ciranda deste ano?

A cada dia que relatava tais acontecimentos no blog, os números de acessos subiam, estava de alguma maneira conseguindo cumprir meu objetivo. Mas não tinha noção que estava chamando atenção de quem não desejava, o próprio Líder, que aparecera em meu quarto com dois soldados triângulos.

Ele em investida, me põe contra parede, dizendo já saber há algum tempo da minha atividade extra oficial, mas que me deixaria ter mais uma chance de provar lealdade, a primeiro momento, suspeitei do interesse repentino, então, questionei sobre o por quê de ainda estar vivo. Ele então com um gesto de confiança me concedeu a permissão para remover a máscara dele e, eu não poderia estar mais perplexo, estupefato, era ninguem mais ninguem menos que o apresentador de TV Luciano Huck.

A proposta era de uma promoção para gerente intermediário em comunicação e usaria de agora em diante a máscara de quadrado. Em contrapartida, ao assumir essa posição, eu teria que remover todo o conteúdo do meu site, e tudo isso seria três vezes loucura para mim e trinta vezes o meu salário.

Então, o Luciano me atribuiu o prazo de escolha até a conclusão da última prova com a ameaça de tirar a minha vida com as próprias mãos, bem como retirar do ar qualquer publicação feita por mim da internet. A tentação me provoca.


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